CET confirma que radares próximos a local de acidente com Porsche, na Zona Leste de SP, estavam desligados (2024)

De acordo com a CET, os dois radares fixos da Av. Salim Farah Maluf encontram-se desligados desde 24 de março. A colisão ocorreu na madrugada do dia 30.

O radar fica a cerca de 500 metros antes do ponto exato do local da batida e poderia ter captado a velocidade do carro pilotado pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que colidiu contra o Sandero do motorista por aplicativo Ornaldo da Silva Viana, que morreu.

A companhia informou, por meio de nota, que os “equipamentos da via estão passando por atualização tecnológica, em atendimento à Resolução 798 do CONTRAN. A previsão é de que os equipamentos sejam restabelecidos até o final do mês” de abril.

Além da Salim, vários outros pontos da cidade estão sem radar atualmente, em virtude da atualização apontada pela CET desde fevereiro de 2024.

A empresa realizou uma nova licitação para a renovação desses equipamentos no mesmo período, prevendo a atualização tecnológica do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

Investigações

empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, e o delegado Carlos Henrique Ruiz, da 5ª Seccional Leste. — Foto: Montagem/g1/Reprodução

A Polícia Civil deve ouvir nessa semana a namorada do dono do Porsche.

O delegado assistente da 5ª Seccional Leste, Carlos Henrique Ruiz, disse que o testemunho dela é "fundamental", porque os investigadores querem entender o motivo de ela não embarcar no carro com o namorado depois de uma discussão em casa de poker. Ela deve depor nesta semana.

“Ele teria tido uma discussão com ela e ela pode esclarecer exatamente o que aconteceu, que discussão foi essa. Tanto que o amigo embarcou com ele no carro [e não ela]. Então, essa testemunha é fundamental.”

A Polícia Civil também pediu as imagens das câmeras dos policiais militares, que atenderam à ocorrência. O delegado afirmou que o pedido já foi feito, mas até hoje não receberam as imagens e nem a informação sobre a utilização ou não das câmeras pelos policiais militares.

“Eles [os policiais militares] foram ouvidos inicialmente no dia do acidente e serão novamente ouvidos, já com base nas informações que foram colhidas no inquérito policial. Eles serão reinquiridos sobre esses fatos novos que emergiram durante a investigação. Além do que, nós teremos acesso às câmeras corporais, claro, se eles tivessem usando. Nós estamos aguardando a vinda dessas câmeras”.

O crime ocorreu há uma semana, quando o empresário Sastre bateu na traseira do Renault Sandero e matou Ornaldo da Silva Viana, motorista de aplicativo de 52 anos. Sastre foi indiciado por homicídio doloso, com dolo eventual.

Também neste sábado, a Polícia Civil protocolou na Justiça um novo pedido de prisão - agora preventiva - contra Sastre.

CET confirma que radares próximos a local de acidente com Porsche, na Zona Leste de SP, estavam desligados (1)

Polícia pede prisão de motorista do Porsche que matou homem durante acidente em SP

A decisão deve sair somente na segunda ou terça-feira, já que o pedido seguiu para o Tribunal do Júri e a análise não será feita pelo plantão.

Os policiais militares que atenderam a ocorrência, acabaram liberando o motorista do Porsche para sair do local do acidente sem fazer o teste do bafômetro nele. O equipamento poderia indicar se o empresário havia bebido álcool enquanto dirigia, o que é crime.

Os policiais militares alegaram que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, também foi ao local do acidente e disse que levaria o filho para tratar de um ferimento num hospital. Mas quando os agentes da PM foram depois a unidade médica, não encontraram nenhum dos dois.

A Corregedoria da PM apura se se os policiais militares que liberaram Fernando sem fazer o teste do bafômetro erraram no procedimento.

Para a Polícia Civil o motorista do Porsche havia fugido. Depois de 38 horas, ele se apresentou espontaneamente na delegacia que investiga o caso e negou que tivesse bebido ou fugido. Afirmou, porém, que estava "um pouco acimado limite" de velocidade para a avenida. Mas não soube informar a velocidade que estava no momento.

O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, motorista da Porsche que coligidiu contra um carro de aplicativo e matou um motorista de 52 anos. — Foto: Montagem/Reprodução/TV Globo

Pedido de prisão

No novo pedido à Justiça, o delegado do 30° Distrito Policial, que investiga o caso, argumenta três pontos sobre Fernando Sarte:

  • garantia da ordem pública (motorista poderia cometer o mesmo crime de novo);
  • conveniência da instrução criminal (investigado poderia ameaçar ou subornar testemunhas ou vítimas);
  • garantia da futura aplicação da lei penal (risco de fuga do país pelo alto poder aquisitivo).

“[Fernando] praticou crime de extrema gravidade ocorrendo a morte e lesão das vítimas, fugindo do local dos fatos e, segundo testemunhas, estaria visivelmente embriagado, e ainda, já teve sua carteira de habilitação suspensa por desrespeito às normas de trânsito, podendo vir a praticar novamente outro delito de trânsito de forma abrupta", disse o delegado Nelson Vinicius Alves.

"Há que se falar que causou o clamor público, deixando a sociedade indignada. Quando em liberdade, pode ameaçar ou subornar testemunhas, e até a vítima, para que prestem depoimento favorável a ele em juízo, podendo forjar provas em seu favor”, completou.

Fiança de R$ 500 mil

A promotora de Justiça Monique Ratton já emitiu parecer favorável ao novo pedido de prisão preventiva do delegado e pediu que a Justiça suspenda a habilitação de Fernando Sastre, além de apreender o passaporte dele.

Monique Ratton também solicitou ao juiz que estipule uma fiança de R$ 500 mil para o caso, em virtude da alta capacidade financeira do investigado, que é sócio de uma construtora na capital paulista.

“Segundo as apurações em andamento há indícios claros de que [Fernando] não só dirigiu em alta velocidade, mas teve atitude totalmente descompromissada com a vida própria, do amigo e de terceiros, colocando toda a sociedade em risco ao dirigir em péssimas condições e em alta velocidade com um carro de tamanha potência, mesmo após já ter sido punido administrativamente com a suspensão da CNH", disse Ratton.

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Novas revelações sobre o caso do porsche

"[O investigado] não só assumiu risco de matar, como efetivamente causou a morte de alguém na direção do veículo automotor e deixou outra internada com complicações sérias”, declarou a promotora no parecer.

Monique Ratton também afirmou que Fernando e a mãe, Daniela Cristina De Medeiros Andrade, podem atrapalhar as investigações do caso.

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